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Alessandra Negrini é atacada por usar fantasia de índio

Foto do escritor: Redação 2IARedação 2IA

Atualizado: 3 de jul. de 2020


A rainha do Bloco Acadêmicos do Baixo Augusta, fantasiada de indígena, gera revolta na web


A atriz Alessandra Negrini foi alvo de “cancelamento” quando, em um bloco paulista durante o carnaval, se fantasiou de indígena. Imediatamente após a publicação de uma foto nas redes sociais, na qual ela se vestia com um maiô preto, salto alto, cocar de penas e pinturas corporais, os fiscais do cancelamento dispararam críticas seguidas da hashtag #índionãoéfantasia, acusando a atriz de ofender e ridicularizar o povo indígena. 



Ao ser questionada sobre os ataques, a assessoria de Imprensa de Negrini alegou que “o cancelamento, de fato, não aconteceu”, uma vez que as críticas não eram expressivas se comparadas ao enorme apoio que recebeu dos movimentos indígenas.


Dentre as principais críticas, os internautas escreveram que “índio não é fantasia”, “usando a cultura indígena como fantasia”, “pra falar sobre uma causa, você não precisa protagoniza-la, ou seja não precisa se personalizar como uma minoria pra que você possa dar voz a ela”. Porém, como resposta aos ataques, a atriz disse que “a luta indígena é de todos nós” e que se sente orgulhosa de ter conseguido trazer o debate à tona.

O que os internautas não levaram em conta foi o fato de que a atriz estava acompanhada de autoridades indígenas como a líder da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), Sônia Guajajara – que, inclusive, fez a pintura no corpo da atriz -, além de Benício Pitaguary e Célia Xakribá, fazendo um protesto em prol da luta dos povos indígenas. Pelo fato de Alessandra ser ativista das causas indígenas e ter recebido o aval das lideranças étnicas, a polêmica e acusação de apropriação cultural logo foi transformada em militância.



O tradicionalíssimo Cacique de Ramos, bloco da cidade do Rio, sentiu respingos das críticas de Negrini durante o carnaval 2020, com alguns usuários de redes sociais pedindo o silenciamento de blocos que possam estar sendo ofensivos aos povos indígenas. O presidente do bloco, Bira Presidente, ficou preocupado e até perplexo com a repercussão negativa que a manifestação poderia tomar, as críticas alcançaram páginas dos principais jornais, mas logo puderam notar que não houve uma mobilização ou uma campanha aberta e organizada para que o movimento saísse do Twitter. 


- Nunca houve uma campanha aberta e organizada contra o Cacique, seja com a criação de página ou movimento na internet, ou na vida "real - disse.


Porém, como uma maneira de explicar para o público o motivo do não-cancelamento do bloco, Centro de Memória Cacique de Ramos criou uma série de conteúdos para as redes sociais contextualizando a polêmica. Nas publicações, foi mostrada a trajetória do bloco, enfatizando a cultura, explicando a relação do Cacique com a estética e o imaginário indígenas. Por fim, contrariando o que era esperado pelo “canceladores”, a adesão ao desfile foi ainda maior:

- Nos nossos desfiles tivemos uma adesão enorme de desfilantes, seja em alas fantasiadas ou de camisas, assim como de público que nos acompanhou. Assim, diríamos que a mencionada polêmica não nos atrapalhou – disse o diretor do bloco.

Membros do Bloco Cacique de Ramos usam a típica fantasia de indígena


Os casos acima foram criticados como sendo apropriação cultural. O mesmo aconteceu em 2017 com Thuane Cordeiro, uma mulher branca, que foi acusada de apropriação ao usar um turbante na cabeça, adereço típico da cultura africana, em uma estação de metrô da cidade de São Paulo. A jovem foi interpelada por outra mulher que a criticou pelo uso do acessório e Thuane rebateu dizendo que tinha câncer e, por efeitos do tratamento, estava careca e usava lenços e turbantes para se sentir mais bonita. 


Por Beatriz Bergamo


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